Especialistas dizem que o poder público gasta 14 vezes mais consertando os estragos de chuvas do que prevenindo.

Desde que começaram as chuvas em novembro, já são 43 mortos. A maioria em São Paulo e Minas Gerais. Uma tragédia que se repete no país. Em 2010, as chuvas provocaram mortes e prejuízos em Angra dos Reis, em Niterói, no Rio de Janeiro, em Pernambuco, em Alagoas e em outros pontos do país.Quando isso acontece, o Governo Federal é obrigado a abrir o cofre.

"Gasta-se muito mais, sempre, isso historicamente, com a reconstrução do que propriamente com a prevenção", fala Gil Castelo Branco, da Ong Contas Abertas.

Levantamento da Ong Contas Abertas, mostra que foram gastos R$ 168 milhões em prevenção de desastre no ano passado, já na reconstrução, depois das catástrofes, foram desembolsados R$ 2,3 bilhões. Neste ano o orçamento para prevenção é ainda menor. Por que é tão difícil prevenir? O especialista em recursos hídricos Oscar de Moraes Cordeiro Netto tem uma resposta.

“A obra de prevenção é uma obra que não aparece, muitas vezes antipáticas, socialmente complicada porque tem que se trabalhar com remoção de pessoas de lugares expostos ao risco, mas eu digo, é uma medida de coragem política, tem que ser feita, porque por princípio, o custo social , financeiro das medidas de correção do problema são muito maiores do que a de prevenção."

O governo já preparou uma medida provisória que coloca mais R$ 700 milhões para ajudar os municípios atingidos pelas chuvas. Para o Ministério da Integração Nacional, a solução está mesmo na prevenção. Mas antes é preciso treinar e mudar a cultura das pessoas, que costumam esperar o problema, para depois tentar resolvê-lo.

“A gente precisa capacitar melhor quem está trabalhando com Defesa Civil lá no município pra que a gente possa ter a mesma filosofia, a mesma sintonia de trabalhar com prevenção. Tudo é melhor com prevenção”, afirma o assessor do Ministério da Integração, Humberto Vianna.